“O que vos ensino é a via da harmonia entre O Homem e o Universo. É um eco que vem do Oceano.”
Georges Stobbaerts

O Aikido pode apresentar sete níveis de abordagem que dependem do nosso nível de consciência e da educação.

. Primeiro nível
É o mais simples e está associado à noção de defesa. Esta orientação como finalidade, mantém o praticante num caminho estreito, onde só conta a quantidade de receitas técnicas e sua aplicação muscular.

. Segundo nível
Apresenta um caracter moral e psicológico. Está ligado à noção de direito e à prática desportiva.

. Terceiro nível
É uma abordagem ligada ao aspecto terapêutico, à manutenção física, ao bem-estar pela redução do stress. Pode chamar-se de “prática lúdica”.

. Quarto Nível
Este nível apoia-se numa concepção filosófica. Exige um estudo e, igualmente, que se considere o aspecto hermético.

. Quinto nível
Esta abordagem é de ordem cosmológica. Permite que o praticante se abra a uma dimensão espaço-temporal.

. Sexto nível
É o nível que se chama: a transmutação. Visa a purificação do ser por meio de diferentes procedimentos. É o nível do conceito de “Sumikiri” (serenidade, mente calma) , ou seja, o Budo da metamorfose. Espiritualiza os atos gestuais. É a abordagem autêntica.

. Sétimo nível
É de ordem espiritual. Está ligado à perseverança. Não existem mais contradições. É a mobilização de todas as energias. Deixa de existir dispersão mental que nos conduz aos impasses. É a benevolência, o verdadeiro Aiki; é o encontro do centro e do “não agir”. É a harmonia com tudo que nos rodeia.

Realizando a diversidade dos planos de consciência, pelos quais se pode abordar esta arte, compreende-se que toda graduação é ilusória. A graduação não é uma avaliação do conhecimento ou da competência. É unicamente uma atribuição de responsabilidade. Agarrar-se a uma graduação é impedir-se de evoluir. A consciência deve estar em constante evolução para obter a verdadeira vitória sobre si mesmo; vitória de reconciliação consigo mesmo. Portanto, não é a vitória sobre o outro. É a vitória graças ao outro.

Stobbaerts, G. (2020). I Shin Den Shin – Da minha alma à tua alma, página 196