04/12/2014 em AIKIDO JOINVILLE

Por que e como ensinar ética aos filhos  Por Ceres Araújo

Princípios, normas e regras de conduta sempre foram e continuarão a ser o que distingue a humanidade no ser humano e continuarão imprescindíveis para sempre. Ética e moral são adquiridas e não inatas, são próprias do homem que cria uma natureza moral sobre a sua natureza instintiva. Uma pessoa só é ética quando se orienta por princípios e convicções.
É função inalienável dos pais transmitirem uma conduta ética a seus filhos. Ética é uma matéria que faz parte do aprendizado de vida, no qual os pais devem ser os melhores professores.


Então, como se ensina ética? Ensina-se aquilo que se tem e aquilo que se é. O que vai ser transmitido para os filhos não é o que se origina de um discurso verbal, mas sim o que se é e como se age. Sabe-se que a criança é um perfeito sensor para captar o que se passa na mente dos pais.
A colocação dos limites adequados às atuações da criança é uma das formas importantes para se ensinar conduta ética. O “não” é um organizador fundamental da vida psíquica e necessário para que a criança se desenvolva. Receber “não” significa ter que lidar com frustração, adiar satisfação de necessidade e entreter tensão interna. Além disso, esse mesmo “não”, serve também para que a criança aprenda, por insistir no seu intento, alternativas inteligentes e aceitáveis para obter o que ela deseja. Aprende, assim, a controlar impulso, a regular as emoções, a desenvolver inteligência e o respeito pelo outro.


Por que a criança que apenas recebe sim, não precisa fazer confrontos, não precisa exercitar sua inteligência para buscar alternativas para conseguir o que quer, não precisa lutar para convencer os pais de que ela está certa. Tudo é possível a priori e isso a faz fraca, muitas vezes uma tirana em casa e uma covarde fora de casa.


É justamente pela integração do lado primitivo da sua natureza que o ser humano ganha tolerância e o sentimentos de pertencer à sua espécie, solidariedade e responsabilidade coletiva. Respeito pelo outro e respeito a si mesmo são condições determinantes para um comportamento ético.
Assim, não se trata de ensinar ao filho ser sempre o “bonzinho”, pois se corre o risco de ser o bobo, mas se trata de ensiná-lo a assumir a responsabilidade por suas ações, desde os primeiros tempos de vida. Trata-se de ensiná-lo que os limites de seu próprio espaço terminam ao começar o espaço do outro. Também, como mãe ou pai, dar um exemplo de autonomia e liberdade interna para fazer escolhas. Escolhas, não para ganhar amanhã, mas que dêem sentido ao hoje.


O mundo e o nosso país precisam de famílias, onde os pais ensinem às suas “super crianças” que os bens de consumo, a liberdade individual e a própria felicidade se conquistam com condutas éticas e não tentando levar vantagem em tudo, para que no futuro não aceitem, por exemplo, a corrupção como um meio justificado por um fim.

http://www2.uol.com.br/vyaestelar/filhos_limites.htm